quarta-feira, 13 de maio de 2009

O conhecimento

"Num ponto qualquer afastado do universo que se expande no brilho de inumeráveis sistemas solares, houve uma vez uma estrela na qual animais inteligentes inventaram o conhecimento. Foi o minuto mais arrogante e mais enganoso da "história universal": mas foi apenas um minuto. Depois de alguns suspiros da natureza, a estrela congelou e os animais inteligentes morreram. - Esta é a fábula que alguém poderia inventar, sem conseguir contudo ilustrar que lamentável excepção, vaga, fugitiva e vã, o intelecto humano constitui no seio da natureza. ...Não existe nada, por pior ou mais insignificante que seja na natureza que, por um pequeno sopro desta força de conhecer, não fique inchado como uma odre;" - Nietzsche - Introdução teorética sobre a verdade e a mentira no sentido extra-moral (1873)

A seguir Nietzsche expõe a sua teoria da razão porque o homem persegue o conhecimento e a "verdade" como sendo de ordem utilitária, pragmática. E contudo, quando eu me inclino deliciada perante esta sabedoria e perante a beleza destas frases que gostaria de saber de cor, não é tanto o conceito de utilidade que me conduz, como a agradável sensação de tocar a verdade e a beleza. É que a sabedoria, a beleza e a bondade atraem o homem, do mesmo modo que a ignorância, o feio e o mal o afastam.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

domingo, 3 de maio de 2009

Café Filosófico

Cabeça Vazia é Oficina do Diabo

sexta-feira, 1 de maio de 2009

1º de Maio 2009


Que linda tarde de Primavera, a deste 1º de Maio 2009!
Sentei-me numa esplanada com um livro e, meio ao sol, meio à sombra, frente a um bonito jardim fui lendo durante cerca de 2 horas. Ao longe, ora o som de uma gaita de foles e bombos, ora os ensaios dos alunos da escola de música mesmo em frente. Depois fui até ao centro, ao meio do povo, à festa. Lá estavam os bombos a actuar com as suas bonitas camisola vermelhas. Fiquei um pouco mais do que seria habitual. Saboreando a música popular "
oh minha farrapeira oh minha farrapeirinha" , sentindo o entusiasmo com que tocavam os seus bombos enquanto pensava que havia pouca gente . Um 1º de Maio em que o Mundo parece dizer que dispensa o trabalho e os trabalhadores.
Assustam-se os homens e mulheres donos destas mãos que tocam os bombos, que tecem, lavram, edificam, organizam, modificam, enfeitam e tornam o nosso mundo bonito num mundo um pouco mais confortável. Elas não são dispensáveis, apenas mudam de lugar. É nelas que reside toda a força do Mundo e os trabalhadores às vezes esquecem que a Norte ou a Sul, a Leste ou Oeste, é nas suas mãos que está o poder.
Reparo na ironia entre o dia que hoje se comemora e o livro que estou a ler. É o Princípe de Maquiavel.