segunda-feira, 28 de julho de 2008

A importancia da foto tipo passe

Um amigo meu, italiano a residir há muito em Portugal e um profissional de fotografia, mandou-me hoje, por um daqueles acasos a que chamamos coincidências, um e-mail onde além dos seus últimos trabalhos vinha também a publicidade a um seu workshop de 7 horas, para retrato em estúdio, destinado a amadores com experiência e a profissionais.
Abri o e-mail em casa, acabada de regressar de uma ida a um fotógrafo, justamente para tirar uma foto tipo passe, destinada à renovação da carta de condução e outros documentos.
A forma de sentar a pessoa no banco, de lhe moldar a posição, endireitar as costas mas não demasiado, rodar a cabeça com as duas mãos e pedir a seguir um sorriso, em nada difere da do fotógrafo que, nos meus 7 anos, me fez uma foto tipo passe, destinada à matrícula na Escola e me conseguiu apanhar com os olhos tortos! Imaginem o meu desgosto quando fui buscar as fotos e vi aquela cara! Lá fui de novo ao fotógrafo, mandada pela minha Mãe, para repetir a foto porque eu não era vesga.
Aqueles trejeitos rápidos a que nos submetem, como se fossemos marionetas, dão como resultado, senão os olhos tortos de antigamente, pelo menos um esgar de quem parece que vai chorar. E foi isto que sucedeu hoje e por isso, lá irei de novo amanhã, tentar a sorte noutro fotógrafo, a ver se o documento que me vai acompanhar para o resto da vida, mostra a minha cara normal.
Quando vi o anúncio do meu amigo, respondi-lhe imediatamente que o considerava da maior actualidade visto a experiência por que acabava de passar. São bem empregues os 125 € do workshop, tanto mais que quem nos tira o retrato nem sequer é profissional e bem precisa de um pequeno curso por se tratar de um trabalho que, ao contrário do que parece, é mesmo importante pois nos acompanhará por muitos anos e até corre o risco de ser a foto que o jornal publica quando somos notícia.

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