Primeiro foi o acabar com as manifestações de amor: o cumprimento, o beijo, o abraço, sim o abraço, que bom que é um abraço e que raro e estranho ele é. Mesmo coisa de gente doutra época, de retardados.
Depois foi o acabar com os sentimentos: não sofras porque não estão juntos, deixa cada um fazer a sua vida, nunca, nunca se intrometer. As visitas escasseiam, o trabalho é muito, o tempo não chega, as pessoas separam-se e ...é natural que este idoso do filme não reconheça (ou não queira reconhecer) o filho. Para ele o filho não pode ser este estranho que vai ali uma ou duas vezes por ano, com os minutos contados, ansioso por se ir embora. Claro que não, este não é filho, nem o idoso é sequer o seu próximo.
A seguir reprimimos as lágrimas pela morte dos nossos pais, filhos, entes queridos. Chorar é não saber comportar-se. Mas das carpideiras aos funerais rápidos das agências funerárias chegámos em meio século. Agora a produtividade também chegou às agências funerárias. Afinal um morto é um morto, para que serve?
E pensar que há tanta gente que adora o seu animal de casa e que o trata do mesmo modo que deveria tratar os seus filhos ou idosos.
https://www.youtube.com/watch?
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