A 8 de Março de 1857, as operárias de
uma fábrica de tecidos de Nova Iorque,
fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica. Reivindicaram melhores
condições de trabalho: a redução do horário de trabalho para dez
horas, em vez das 16 horas diárias; equiparação dos seus
salários aos dos homens, pois as mulheres chegavam a receber um terço do salário
dos homens; dignidade de tratamento na fábrica. (O recente filme "Os Miseráveis" dá uma boa visão do que eram as fábricas então e do que era exigido às operárias para manterem os seus postos de trabalho).
A manifestação foi reprimida com violência. As mulheres trancadas dentro da fábrica e esta incendiada.
Morreram 130 tecelãs carbonizadas, vítimas da mais um ato totalmente desumano.
Em 1910, durante uma conferência na Dinamarca, foi decidido que o 8 de Março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres mortas naquela fábrica em 1857.
Em 1910, durante uma conferência na Dinamarca, foi decidido que o 8 de Março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres mortas naquela fábrica em 1857.
O género humano não é flor que se cheire e está muito longe de ser bom.
Durante anos temos vindo esforçadamente a construir aquilo que designamos por
Humanidade, mas de repente, se não estamos atentos, escorregamos como acontece com o caracol a
subir esforçadamente a uma parede e é preciso recomeçar, quase do fundo. Por isso é tão salutar recordar estas efemérides, porque passaram apenas 156 anos, porque os sinais do mundo apontam para uma ameaça de regressão.
Durante
muitos anos interroguei-me o que queriam as pessoas dizer quando
desejavam ou rezavam pela sua "SALVAÇÃO". Mas salvação de quê?
Só há
muito pouco tempo descobri que a salvação que procuramos é a
distanciação, o escapar, à terrível e temível natureza da nossa condição humana.
Estas
130 mulheres morreram, como tantas e tantos outros, às mãos de outros
homens seus iguais. De quantos mártires precisaremos mais até alcançarmos a Salvação?
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